segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Urgência nas Ruas


Posto aqui este novo zine, organizado por minha querida amiga Nah. Político, sarcástico, lúdico e ácido. Alguns ingredientes para não se render.

Leia aqui a Urgência nas Ruas!!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Triêro em Goiânia!


Tá ai a boa notícia, os camaradas e parceiros do grupo Triêro voltam a Goiânia para lançar seu mais recente cd "Trem que cansa é andar na linha". Posso adiantar que é um belo trabalho desse pessoal que com certeza produz um dos melhores e mais consistentes trabalhos musicais do centro-oeste.

Aproveita e passa lá no myspace deles pra curtir o som!

Agenda cultural

Mais uma edição da agenda cultural organizada pelo Grupo de Teatro Bastet. Confira e programe-se!!

Agenda Cultural nº24

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Semana do Folclore no Memorial do Cerrado


SERVIÇO:
- IX Semana do Folclore do Memorial do Cerrado
- Data: 20 a 22 de agosto de 2009
- Horário: das 8:00 às 17:00 horas
- Local: Memorial do Cerrado, Campus II da UCG (próximo ao Parque Ateneu)

ENTRADA FRANCA

domingo, 16 de agosto de 2009

Confira o I Festival do Boneco de Goiânia!


Mais uma iniciativa dos amigos e amigas da Cia de Teatro Nu Escuro, o I Festival do Boneco aparece como uma ótima oportunidade de intercâmbio entre os artistas da cidade que trabalham com a arte do teatro de bonecos e grupos de fora da mesma área, além de uma deliciosa oportunidade para o público goianiense conhecer esse universo mágico dos bonecos em cena. Assisti ao espetáculo Big Bang, da Cia Truks de São Paulo, uma peça com ótimas idéias e uma surpreendente manipulação de bonecos em uma televisão. Não perca os demais espetáculos e as oficinas, que vão até dia 21 deste mês! Confira a programação no site do evento.

www.festivaldoboneco.com.br

Veja também fotos e otras cositas no blog Identidade Nu Escuro

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Goiano pra inglês ver

Acabei de ler no jornal Diário da Manhã uma matéria sobre a banda goianiense de rock Black Drawning Chalks. O texto trata a banda como "a bola da vez" e anuncia um fato inédito para um grupo da cena "independente" local: a fama internacional.

O incomodo não me escapa ao ler esse tipo de matéria, não pelo sucesso dos caras, mas pelos motivos de tal sucesso. Num dias desses ouvi os tais na MTV, por acaso, e percebi que seu som se parece ao de muitas bandas inglesas e norte-americanas dos anos 70. No minímo um anacronismo, pra não falar de um mimetismo cultural pouco criativo. Mas é exatamente o que eles querem e, pelo visto, o motivo de seu sucesso.

Suas letras são em inglês, seu visual lembra os gringos, mas tão no meio do cerradão. É isso que nossa cultura está produzindo para exportar? Nossa cultura?? Não sou um nacionalista roxo, nem um regionalista ortodoxo, mas não consigo engolir 95% dessa cena rock de Goiânia. É muita falta de criatividade pro meu gosto. É muito sexismo barato. É muito rock and roll pra quem tá num país com uma música popular tão rica.

Esses fatos não parecem incomodar quem busca ser um "rockstar" nas palavras dos próprios. Aliás, eles estão bem alheios a isso, como estão à cultura local, à realidade que os cerca. A imprensa também não levanta esse debate, pelo contrário, prefere a tradicional babação de ovo. Se pelo menos fosse uma apropriação criativa da cultura estrangeira, como já fizeram tantos em nossa música popular, mas por aqui é a mais pura imitação barata. Digo, no sentido da criatividade, pois os caras podem até tocar muito bem, mas isso não basta pra ser música interessante.

Fica a provocação: afinal, a música produzida por aqui, original e criativa, de bandas como Umbando, Senhor Blanchu, Triêro, Torre de Jamel, Vida Seca, Cega Machado, Diego de Moraes e o Sindicato entre outros, não ganha mais espaço porque? Será um problema de produção ou é ruim e só eu a acho interessante? Vamos continuar tendo que ouvir esse som pra inglês ver e ouvir ser considerado o ó do borogodó destas terras? Tá ai o desabafo e o convite ao debate.

Triste de um povo que não se enxerga.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Agenda cultural

Olá amigos e amigas, posto aqui a agenda cultural organizada pelo Grupo de Teatro Bastet. Um apanhando bastante abrangente do que está pra acontecer na cena cultural goianiense. Valeu Bastet!

Agenda cultural

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Trio Curupira


Conheci hoje este grupo fantástico de música instrumental, um dos mais interessantes da cena atual. Seu som tem ecos de Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, entre outros, mas possui uma identidade própria, calcada em uma sonoridade jazzistica com o pé na música popular brasileira. Belíssimo trabalho.

Eles estão lançando disco novo, "Pés no Brasil, Cabeça no Mundo", que vem merecendo destaque da mídia especializada e dos amantes da música instrumental. Pesquisando encontrei links para os três discos que o grupo lançou.

Curupira(2000)

Desinventado(2003)
Pés no Brasil, Cabeça no Mundo(2009)

Deguste!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Voltando de um encontro de culturas

Mais uma vez estive no Encontro de culturas tradicionais da Chapada dos Veadeiros, na Vila de São Jorge, em Alto Paraíso, Goiás. Desde 2007, quando conheci o encontro e a chapada, não deixo de ir a este maravilhoso evento.

Neste ano, como nas edições anteriores, a programação demorou muito a ser divulgada. Faltando poucos dias para o inicio das atividades ela saiu, e trazia o nome de Nana Vasconcelos para o encerramento. Me nutri de grande expectativa para ver este grande mestre ao vivo, mas sua ida foi cancelada, e a justificativa dada foram problemas de saúde.

Para substitui-lo foi convidada Lia de Itamaracá, lenda viva da ciranda pernambucana, que realizou uma apresentação belissima, de grande energia e com imensa simpatia, que conquistou a todos e nos fez esquecer a frustação de não ver Nana. Antes e ao seu lado, se apresentaram os maracatus Leão Coroado, o mais antigo de todos, e o recente Piaba de Ouro, um maracatu rural fundando por Mestre Salustiano, que foi homenageado. Um banho de cultura pernambucana bastante salutar para todos e todas que apreciam esta rica cultura.

Tive a oportunidade de conhecer os camaradas do Boi de Ribamar, do Maranhão, que em um animado bate papo me convenceram a ir visita-los no ano que vem durante o período de festa juninas. Seus grandes pandeiros me impresionaram pela forte sonoridade e também pelo grande peso, que exige de quem o toca grande resistência física. A combinação deste instrumentos com as matracas e uma grave cuíca, cria a sonoridade peculiar do Boi de Ribamar.

Outro momento marcante deste encontro foi a presença do músico senegales Mamour Ba, que nos encantou com sua oficina e sua apresentação. Mamour, além de nos brindar com seu conhecimento e técnica apurada sobre a percussão africana, nos possibilitou momentos de sabedoria. Para aqueles que souberam ouvir, como ele mesmo enfatizou, não se esquecerão jamais de suas lições, principalmente a enfâse na música como movimento corporal, na importância do estudo sincero, no aprendizado como audição atenta e na paciencia como grande virtude para o músico e para a vida. Obrigado Mamour.

Ah sim, não poderia me esquecer do surpreendente Canhotinho da Viola do Jalapão tocantinense, que com sua rústica viola feita da palmeira Buriti nos brindou com uma sonoridade única, uma afinação singular e singelas letras que relatam suas experiências cotidianas. Grande sabedoria e humildade, Canhotinho ensinou a fazer a viola e pudemos ver várias pessoas passeando por São Jorge com sua violas de Buriti em punho. Meu querido amigo rabequeiro Jeferson trouxe uma pra Goiânia(aliás, é digno de nota a participação do Jef neste encontro, o homem tocou com todo mundo, abalou).

Zé Mulato e Cassiano nos brindaram também com seu humor e sabedoria, numa apresentação memorável. Meu destaque vai para sua inteligentissima canção As Vantage da Pobreza, uma lição de vida. Destaco também a participação dos grupos de Goiânia, especialmente a nossa querida Cris Perné, que fez ferver a casa Cavaleiro de Jorge, os Passarinhos do Cerrado com seu animado coco e o grupo Sertão, que fez uma belissima apresentação, destacando composições voltadas ao sertão goiano. Belo demais, inspirador.

Por fim, como crítica construtiva espero que os organizadores tenham mais cuidado com a programação e sua divulgação, em respeito ao público e aos pesquisadores que vão ao encontro guiados por ela. Nada, no entanto, que tire o brilho desta grande festa da cultura popular, um momento para conhecermos nossas origens, nos conectarmos com o essencial que muitos de nós perdemos nesta vida urbana e capitalista massacrante. Até o próximo encontro!