segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Goiânia motorizada

Goiânia completou 77 anos, é a terceira capital mais jovem do país, mais velha que suas irmãs Brasília e Palmas. Eu vivo aqui há 16 anos. Sou mais um dos milhares de migrantes que vieram pra cá, mais um das Minas Gerais.

Muita coisa mudou por aqui nestes 16 anos. Prédios brotaram aos montes, comércios apareceram do nada, a vida cultural se agitou, a população cresceu, tragédias como a do Pq. Oeste Industrial aconteceram e foram meio que esquecidas, mas com certeza, o que mais tem me marcado é ver a crescente motorização da cidade.

A cada dia suas ruas ficam mais abarrotadas de veículos, a cada dia as pessoas vão ficando mais intolerantes neste trânsito caótico. Os prejuízos não são somente à mobilidade urbana e à boa convivência entre os cidadãos, mas também ao meio-ambiente, já que o ar da cidade se torna cada dia pior. E os carros velhos, vão pra onde? Já perceberam o tanto de novas concessionárias que vem abrindo as portas?

Eu sempre gostei de viver em Goiânia, mas tenho sentido que um futuro sombrio vem pela frente. A cidade motorizada é uma cidade cada vez menos humana, aliás, ela revelará o pior lado de nossa humanidade. Espero que esse meu pessimismo não se realize, mas observando a realidade, é dificil pensar diferente.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Descobrindo Vitor Ramil


Recentemente descobri esse músico e compositor gaúcho chamado Vitor Ramil. Nunca tinha ouvido falar. Na verdade, estava procurando alguma coisa do Marcos Suzano pra baixar, fui ao site Um que Tenha e achei o disco Satolep Sambatown, de 2007.

Fiquei curioso e resolvi baixar. E que grata surpresa, o disco logo caiu no meu gosto e agora ando por ai cantarolando suas melodias. Penso que é um dos melhores discos desta década que se encerra, e, como disse meu amigo Kleuber em seu blog, misteriosamente passou despercebido.

O certo é que fiquei tão apaixonado por ele que agora estou descobrindo toda obra de Ramil, que se iniciou em 1981, ano em que nasci. Neste ano ele lançou o album Estrela, Estrela, nome de uma das canções, muito linda por sinal. Este primeiro disco lembra a MPB da época, tem horas que me pareceu muito com Milton Nascimento, e tem até um baião.

O interessante é notar a transformação do artista, que passou cada vez mais a buscar uma estética que evocasse o sentimento do individuo do sul do Brasil, o que ele chama de estética do frio. Albúns como Ramilonga e o recente Delibab trazem esse ideia com força, que aparece um pouco mais diluída em Satolep e também no excelente Tambong.

Depois que eu me familiarizar mais com sua obra voltarei a escrever. Se você também quiser descobrir e ouvir esse fantástico artista, entre no blog Um que Tenha e baixe seus discos. Vale muito a pena.

Vitor Ramil no Um que Tenha

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tiririca e a Elite


Num primeiro momento fiquei achando ridículo a candidatura de Tiririca para deputado federal. Me veio aquele sentimento de indignação, de que realmente essa política não é séria.

No entanto, passei depois a analisar melhor os discursos contra ele e percebi o tom elitista que os impregnava. Analfabeto, palhaço, despreparado entre outros adjetivos. A questão é que muitos escolados por ai, que andam de terno, provavelmente tem uma estatura moral e ética muito menor que a desse execrado humorista.

Sim, no fundo os gritos contra Tiririca são a Elite incomodada, pois não é um deles que está lá, não é um deles o campeão de votos na sua democracia, e sim, mais uma pessoa de origem pobre, supostamente analfabeto e nordestino.

Com certeza foi o ato de humor mais subversivo de Tiririca. Agora vamos ver como essa história prossegue. Enquanto isso essa tira do genial Laerte demonstra bem o que eu disse aqui.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

As mulheres decidem


Um assunto polêmico, que tem protagonizado essas eleições. No fim é mais uma tentativa da moral religiosa controlar nossos corpos, aqui os femininos. Mas eles querem controlar todos e vemos isso quando são contra a união civil homossexual, a adoção de crianças por casais homossexuais, a condenação ao uso da camisinha.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Imundice eleitoral

Os postulantes a cargos públicos nestas eleições mostraram toda sua falta de respeito aos espaços coletivos, sujando as ruas das cidades com milhares de santinhos que nem poderão ser reciclados.

No sábado pela manhã estive em Aparecida de Goiânia para dar aula, e me deparei logo cedo com a cidade totalmente imunda, com santinhos, bandeiras e mesmo cartazes jogados por todos os lados. Algumas crianças, em sua inocência, corriam a coletar diversas bandeiras, que possivelmente seriam reaproveitadas em alguma brincadeira.

Não foi diferente o cenário em meu retorno à Goiânia, com ruas completamente imundas. Lembro-me que anos atrás esse cenário era constante durante as eleições, causando um prejuízo ambiental gigantesco. Hoje, com algumas mudanças na lei eleitoral, os candidatos são obrigados a se conterem, mas na vespéra das eleições sempre retornam a essa prática, mostrando um descaso total pela cidade, pelas pessoas, pelo meio ambiente.

E ainda querem ocupar um cargo para representrar o povo? Querem trabalhar pelo coletivo? Alguém acredita? Talvez aqueles que assim como eles veem o mundo como nossa grande lixeira.