domingo, 2 de maio de 2010

1º de maio para reflexões

Ontem foi dia 1º de maio, Dia do Trabalhador. É uma data que já possuiu um simbolismo e uma importância maiores para a luta de homens e mulheres por melhores condições de vida, por mudanças na sociedade.

De uns tempos pra cá se resume a festas promovidas por centrais sindicais e sofre com as tentativas dos poderosos em mudar seu significado, transformando-o no Dia do Trabalho e não dos trabalhadores e trabalhadoras, esvaziando o significado politico e de luta de classes que marcou este data no passado.

Aqui em Goiânia, num passado recente, houveram pequenas mobilizações, que se não foram grandes em participação, ao menos propuseram um olhar diferente e mais questionador sobre nossa realidade social. Questionava o próprio trabalho e sua função social, afinal, a riqueza que ele produz tem sido acumulada por poucos.

Enquanto isso, aqueles que suam a camisa, e mesmo os que correm atrás de poder suala em busca de uns trocados, vivem um calvário diário, espremidos em ônibus lotados e demorados, para poderem cumprir o sagrado ritual do trabalho, que, não por acaso, a maioria acha um sacríficio. Mas ele vale a pena, pois depois poderemos desfrutar do sagrado direito ao consumo, tomar nossa cerveja, comprar nosso celular, nosso carro com IPI reduzido, etc, etc...

Afinal, pra quem realmente serve o trabalho?

Lampejo de luta

Esta semana houve um lampejo de luta dos trabalhadores com a greve dos motoristas de ônibus, que aconteceu de surpresa na segunda-feira. Houve um grande transtorno na cidade, muita gente ficou sem trabalhar e logo as autoridades se puseram de prontidão, condenando a greve que consideraram ilegal, pois não foi avisada com antecedência.

A população não apoiou a greve, não simplesmente por que foi prejudicada em seu direito de locomoção, mas porque normalmente é maltratada pelos motoristas, que não tem muito respeito pelo usuário do transporte. Talvez isso seja reflexo das pressões que a categoria sofre dos patrões. Eles deveriam perceber que se solidarizando com a população que tem buscado melhorias no transporte, inclusive com manifestações em alguns terminais, fortaleceriam sua luta por melhores condições de trabalho e contribuiriam decisivamente para pressionar o poder público por melhorias no transporte. Pelo contrário, preferem ficar isolados em seu corporativismo e vendo muitas vezes o usuário como problema em seu dia-a-dia. Isso é algo que a classe dominante sempre adorou e incentivou, trabalhador contra trabalhador.

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