A indústria automobilistca brasileira comemora as vendas recordes, fruto da redução do imposto sobre os automóveis. O temor do pior ano na história em vendas se tornou exatamente o contrário, o maior triunfo. Agradecimentos ao governo federal, impulsionando a economia, que beleza.
Quem não está tão feliz são os (sobre)viventes das grandes cidades, que terão que aguentar mais poluição, barulho, engarrafamentos, violência e morte. Pena é que esses incomodados parecem na verdade poucos diante da multidão voraz pelas máquinas do deslocamento, que são hoje, além de facilitadores - há controvérisas - do transporte urbano simbolo de status social.
Ouço sempre por ai críticas ao transporte público e coletivo, mas elas muitas vezes não cobram ou esperam por melhorias neste tipo de transporte, ao contrário, anseiam pelo momento de libertação individual, a compra do seu automóvel próprio.
Goiânia está cada dia pior, com a frota de veículos quase se igualando ao número de habitantes. Pensem que curioso, logo teremos mais estacionamentos que residências, ou então logo virão modernos carros-cama, onde você poderá já dormir dentro do seu, já prontinho pra ir trabalhar, afinal, precisa pagar - ou se endividar - pelo próximo carrão do ano.
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“Não se trata de combater o automóvel como um mal. Sua exagerada concentração nas cidades é que leva à negação de sua função. É claro que o urbanismo não deve ignorar o automóvel, mas menos ainda aceitá-lo como tema central. Deve trabalhar para o seu enfraquecimento. Em todo caso, pode-se prever sua proibição dentro de certos conjuntos novos assim como em algumas cidades antigas.”
Situacionistas, 1959
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