segunda-feira, 22 de junho de 2009

O Eterno Retorno


Parece um deja vú, um filme repetido à exaustão, uma novela reprisada todo ano. Novamente um escândalo de corrupção abala as instituições brasileiras...balança, mas não cai.

Esse equilibrio vacilante no entanto se mantem graças a nossa apatia, essa letargia entorpecida que nos leva a tratar essas situações como a rotina da politica institucional brasileira. Não nos abalamos mais, já virou piada, e nos fazemos parte do enredo.

Nas próximas eleições haverão os muitos incautos que irão as urnas, afirmar a democracia que os ilustres parlamentares vem honrando em suas legislaturas de decisões secretas e escancarados desmandos. O parlamento brasileiro é a cara dessa democracia: hipocrita, dissimulada, cinica demais. O diretor do Senado secretamente ganhou 30 mil reais, vencendo até nossos pomposos juízes.

O poder no Brasil nunca foi tão cinico, há até espaço para o eterno retorno dos mortos vivos, Sarney sabe muito bem disso. Discursos são proferidos, parlamentares se acusam, se cobram, pedem ética, clamam por medidas drásticas que moralizem a casa e recobrem o prestígio com a opinião pública. De quantas CPIs ainda vamos precisar? De quantos clamores vazios por moralidade? Será que essa história de tanto se repetir já nos hipnotizou? Será que alguém ainda acredita que o parlamentarismo funcione nesse país? E assim iremos, num eterno retorno...

Veja também na TV Tática

Muco: O Museu da Corrupção Informa: Sarney não admite ficar só!

2 comentários:

  1. pensei que era sobre o "eterno retorno nietzcheano"...

    Curti seu texto. triste situação.


    "De quantas CPIs ainda vamos precisar? De quantos clamores vazios por moralidade?"

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  2. Pois é Diego, eu também gostaria que fosse o eterno retorno nietzcheano, mas trata-se do mais do mesmo brasileiro mesmo, um abraço!

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